Muito do que usufruímos na Europa dos nossos dias nos "é dado de bandeja", e até exigido, como é para alguns a escolaridade obrigatória até aos 18 anos. Não foi assim para Elizabeth Coleman, não é assim ainda hoje para muitas crianças por esse mundo fora.
Elizabeth "Bessie" Coleman (26 de janeiro de 1893 – 30 de abril de 1926) foi a primeira mulher afroamericana a tornar-se piloto nos
Estados Unidos e a conseguir licença como piloto internacional.
Nasceu
em Atlanta, Texas. O seu pai era membro de uma tribo Cherokee, e a mãe descendente
de africanos.
Elizabeth
começou a aprender com livros de uma biblioteca itinerante, montada sobre um
vagão, que passava pela cidade duas vezes por ano. Aos seis anos de idade ingressou
numa escola para negros, que dispunha de uma única sala e onde faltavam
materiais básicos, como giz ou lápis. Caminhava vários quilómetros por dia para
assistir às aulas. Todos os anos interrompia os estudos, quando havia
necessidade de trabalhar na colheita de algodão. No entanto, Elizabeth
tornou-se uma excelente aluna.
Elizabeth
concluiu o ensino secundário e ingressou na Oklahoma Colored Agricultural and
Normal University (atualmente Langston University), em Langston, Oklahoma. Encontrou grandes dificuldades, em parte pelo facto
de ser negra, mulher e descendente de indígenas. Por
falta de dinheiro, completou apenas um período de estudos.
Aos
vinte e três anos mudou para Chicago, onde trabalhou como manicure. Ali, ouvia
histórias de pilotos americanos que retornavam de combates da Primeira Guerra
Mundial e quis ser piloto. Com o apoio de pessoas
influentes, Bessie Coleman mudou-se para França, onde finalmente realizou o
sonho de se tornar piloto. Um ano depois estava de volta a Chicago e tornou-se
conhecida, pois voava por todo o país em shows aéreos. Também era conhecida por
incentivar jovens de ambos os sexos, fossem brancos ou negros, a perseguir seus
sonhos.
Morreu
aos trinta e três anos, num acidente, com seu mecânico e agente publicitário
William Wills, que estava no outro assento. Coleman descolou sem utilizar o
cinto de segurança, pois no dia seguinte iria realizar um salto de paraquedas e
gostaria de olhar sobre a fuselagem do avião para reconhecer o terreno abaixo.
Quando
os destroços do avião foram inspecionados, descobriu-se uma chave que fora
esquecida no motor, provavelmente interferindo no seu funcionamento e levando o
avião a não conseguir força suficiente para efetuar a manobra de giro em voo.