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28 abril 2023

O legado de Coubertin

Texto de Mª Carolina Gonçalves apresentado ao PNED - Concurso Literário «A Ética na Vida e no Desporto»


Atenas faz parte do imaginário de qualquer atleta olímpico. Foi aqui que se começou a competir para honrar Zeus e que o jovem Fidípides alcançou a eternidade depois de, num último suspiro, gritar “Niké” para assinalar a vitória  dos gregos sobre os persas na Batalha de Maratona. 

Por isso o ano de 2004 foi especial para muitos atletas. Phelps alcançou  seis medalhas de ouro. A cubana Yumileidi Cumbá tornou-se a primeira mulher campeã em Olímpia. Como devem agradecer o facto de Pierre de Coubertin ter recuperado o sonho Olímpico. 

Este ano também foi especial para duas das estrelas do atletismo  lusófono, o angolano Agostinho e o português Mário. Unia-os a forma como  deslizavam sobre asfalto e o espanto que provocavam por onde passavam.  

A 29 de agosto disputaram a medalha da prova mais simbólica, a  Maratona. Na dianteira de um grupo de 20 atletas encontrava-se Mário. Agostinho seguia no seu encalce, esperando uma oportunidade para ultrapassar o concorrente que teimava em não abrandar. Ambos ambicionavam com a glória  eterna, com a medalha dourada e com os proveitos resultantes do patrocínio de  uma marca desportiva alemã ou norte-americana… a escassos metros da meta  surge a derradeira oportunidade. Mário tropeça e cai. Quase que perde os  sentidos… o cansaço acumulado ao longo de um percurso de mais de 40 km  impede-o de ter o discernimento de que a prova ainda não havia terminado.  Agostinho, ao aperceber-se da situação, decide gritar pelo português…  incentiva-o a continuar a correr… em vão! Mário apenas ouve um ruído de fundo.  Surpreendentemente, quando o angolano se prepara para o ultrapassar, para.  Troca uma breves palavras com o seu adversário e espera que este arranque.  Depois segue-o. Após cortar com a meta em 2º lugar é questionado por um  jornalista:  

- Porque não aproveitou a oportunidade para atingir o Olimpo? - Mas eu atingi o Olimpo… - respondeu Agostinho de forma sublime. - Como? – insistiu o jornalista 

- O importante não é a conquista, mas o esforço da competição.


02 abril 2023

A jovem promessa

Texto de Francisco Borralho apresentado ao PNED - Concurso Literário «A Ética na Vida e no Desporto» 

Quando entrou no mundo do fisiculturismo, o Alter Real era um jovem que vivia no  meio de muitas dificuldades. O dinheiro escasseava. Faltava-lhe o mais básico… mal  tinha para comer, quanto mais para treinar. As dificuldades eram colmatadas com a  dimensão dos seus sonhos… o maior era atingir um dos patamares mais altos do  desporto. Teria de começar por ganhar uma competição que lhe desse a possibilidade  de obter o cartão profissional de fisiculturismo. Todo o tempo disponível era  aproveitado para treinar num parque do seu bairro. Os exercícios realizados apenas  dependiam do peso do seu corpo. Cada treino um momento de auto-superação... A  sua coragem, dedicação e resiliência eram motivo de admiração de todos aqueles com  que se cruzava... e eram muitos... sempre diferentes.  

Meses depois, após vencer provas na sua área residência, a sua vida mudou. Novas  provas e mais vitórias fizeram-no sonhar mais alto. O Alter Real não estava sozinho.  Sonhava por muitos… pelos familiares e amigos que viviam nos seus feitos como uma  vitória coletiva. O seu êxito era toda uma comunidade rural num mundo cosmopolita e  competitivo. Entretanto deixou de ter de mendigar por comida nas mercearias  próximas de sua casa. Os empresários locais e o poder político da região juntaram-se.  Encontraram soluções para que pudesse treinar. Disponibilizaram espaços físicos e  treino especializado. Alter Real soube corresponder de forma positiva. Após as  grandes competições sucediam-se entrevistas ao vencedor, o representante do  “american dream” … o jovem que, após enfrentar todas as dificuldades, triunfou  perante centenas atletas e conquistou o passe para um futuro brilhante. Tornara-se  um verdadeiro “self-made-man” do desporto. Daí a celebrar um contrato com uma  agência de atletas foi um passo. 

A exigência aumentou e a sua vida passou a ser controlada. A estrela Pop que se  tornara necessitava de alimentar os seus fãs… precisava de mais vitórias. A  competição era feroz e o Alter Real enfrentava um temível adversário: a idade. O  corpo deixou de responder como queria… havia de encontrar uma solução. De  preferência rápida. Deu início ao consumo excessivo de anabolizantes. O sucesso foi  imediato. Porém, foi nesse momento que percebeu que as medalhas recebidas tinham  duas faces. De um lado o da vitória e, do outro, a face de um ser humano que  definhava física e moralmente devido à glória efémera. Foi quando descobriu que  assim se desviara da verdadeira essência do desporto. 

O desporto deve assumir-se como um espaço de liberdade e a prática desportiva  como meio para promover o autoconhecimento e a autoestima. Foi o clique necessário  para mudar de vida. Ao aperceber-se que as competições lhe limitavam o prazer de  viver, retirou-se da alta competição. Virou a página e decidiu começar a treinar e a  motivar os mais jovens, mostrando que tudo é possível desde que nos dediquemos de  forma apaixonada a uma causa sem desvirtuarmos a nossa essência.

 

29 março 2023

A dupla face de Marília

Texto de Laura Pinto apresentado ao PNED - Concurso Literário «A Ética na Vida e no Desporto»

Marília era uma jovem apaixonada pela equitação. Treinava diariamente,  horas a fio, montada no seu cavalo, o Osíris. A sua relação não se limitava ao  ato de subir para o dorso do cavalo. A arte equestre é muito mais complexa.  Implica uma relação sincera, de confiança e amizade entre o cavaleiro e o  cavalo. Marília e Osíris eram inseparáveis… Em dupla faziam magia. Os olhos  da cavaleira irradiavam felicidade em cima de Osíris enquanto os saltos do  cavalo retratavam o estado de espírito de Marília.  

As primeiras provas foram um sucesso. Foi o estímulo necessário para  subir a fasquia. Nas provas seguintes o objetivo foi melhorar o desempenho  anterior. Marília e Osíris eram as estrelas maiores das provas regionais em que  participavam. Para eles o céu era o limite… até um dia! 

A participação em provas nacionais demonstrou que ainda tinham um  longo percurso a percorrer. As suas extraordinárias prestações perdiam-se num  contexto competitivo tremendo… Todo o investimento em equipamentos e horas  de treino pareciam escassos para atingir a marca que lhes permitiria o acesso  aos ambicionados Jogos Olímpicos. A alegria deu lugar à desilusão e à tristeza…  seguiram-se as lesões e aumentaram-se as frustrações. O desejo de um  resultado positivo cegou Marília. A probabilidade de vencer aumentava quanto  mais provas participasse. Isto impedia que Osíris recuperasse das suas lesões  de forma adequada. Todas as indicações médicas eram ignoradas. O sucesso  individual era o mais importante. Não importava o custo ou o risco. Por este  motivo Marília decidiu começar a sobredosar Osíris antes das provas. O cavalo  passou de fiel companheiro a um meio para atingir um fim. As cólicas que  desenvolvia eram combatidas com mais drogas. Sem que Marília se  apercebesse, a porta da eternidade do animal começava a abrir-se.. a eternidade  que não correspondia a glória… Até que um dia coube a Osíris submeter-se a  um controlo antidoping que lhe salvou a vida. Mas foi incapaz de retomar a  competição. A sua dona, que já não era amiga, tomou finalmente consciência do  que havia feito. Por esse motivo foi desclassificada. Mas a sua pena foi maior...  teve dificuldades em adquirir um novo animal junto dos criadores de cavalos. Um  verdadeiro apaixonado equestre é incapaz de vender um animal a quem os  maltrata. Esperou, desesperou por uma nova oportunidade. O seu calvário só  terminou quando conseguiu adquirir um novo potro, o Golden Strike. Tinha quatro anos. Conhecia-o desde a sua nascença. Fora criado por um vizinho seu,  já com alguma idade. Como não tinha condições para o criar cedeu-o a Marília. 

Consciente dos erros do passado, treinou afincadamente em busca do  sucesso, mas sem a pressão dos resultados. Passou a ter mais prazer, a  desfrutar do momento... dos momentos. E, de repente, tudo mudou. Não era a  cavaleira mais vitoriosa que desejara ser, mas era, certamente, a mais realizada  porque percebeu que nenhum prémio é tão valioso como a amizade de um  animal.


28 março 2023

O jogo, uma dádiva de Deus

Texto de Rui Silva apresentado ao PNED - Concurso Literário «A Ética na Vida e no Desporto»

Nos finais de 1913 John era um jovem de Manchester que sonhava ser jogador  profissional de futebol. A sua realidade era, porém, bem diferente. Trabalhava horas  a fio numa das muitas fábricas têxteis da sua região. A hora de entrada era sempre a  mesma: 5h da manhã. Já a hora de saída... variava de acordo com a vontade e as  necessidades do patrão. Nos fins-de-semana tocava, ainda que de forma efémera,  no seu sonho. Era quando jogava no campeonato amador mais anónimo. Apesar de  tudo era feliz... As derrotas e as vitórias eram sempre comemoradas. Festejava-se  sempre da mesma forma e no mesmo local: o pub mais frequentado da cidade.  

De repente tudo se desmoronou.... John é convocado pelo exército inglês para a  combater na I Guerra Mundial. Continuou, deste forma, a lutar pelo mesmo desígnio:  a vitória coletiva. Tudo resto era diferente. A sua vida e os seus sonhos pouco  interessavam... o campo, que era da bola, deixou de ter linhas. A bola deu lugar às  armas e o alvo passou a ser o “jogador” adversário em vez da sua baliza. O prazer  de jogar deu lugar ao desejo de sobreviver. O período que se seguiu foi penoso. Dia  após dia, vários dos seus colegas foram expulsos do jogo da vida. O facto de não  existir um árbitro que assegurasse o verdadeiro espírito do jogo e de os dirigentes  políticos estarem sempre a recompor as suas equipas com novos elementos impediu que este fosse dado por terminado logo às primeiras entradas fora da lei. O jogo  parecia eterno...  

A dado momento uma pequena pausa. Nas modalidades de pavilhão estes  momentos são definidos como “Pausa Técnica” ou “Tempo Morto”. Para John foi o  tempo para perceber que ele e os restantes jogadores estavam vivos, bem vivos.  Aproveitando as “Tréguas de Natal” que haviam sido decretadas, John tirou dos seus 

pertences a sua melhor amiga: a bola. Após sair da trincheira deu, a medo, os seus  primeiros toques na companhia dos colegas de equipa. O campo, improvisado, foi  repentinamente coberto de panos brancos. O que parecia ser a claque organizada  dos “Ultra Peace” era apenas um conjunto de jovens alemães a demonstrar que  partilhavam os mesmos ideais: a paixão pelo jogo e pela vida. John fora, por instantes,  transportado para um dos seus saudosos fins-de-semana. De repente deixara de lutar  “contra” para “jogar” com os alemães. É este o verdadeiro espírito do jogo...


18 fevereiro 2023

Sugestão de Leitura: Turismo e Desenvolvimento Realidades e Perspetivas

 


Uma obra de Licínio Cunha cujo objetivo principal “é fortalecer uma visão do turismo mais orientada para as respostas aos” novos desafios, nos quais se incluem o aumento da oferta e da procura, as permanentes alterações políticas, sociais e económicas à escala global e a cada vez maior utilização das novas tecnologias pelas organizações e pelos indivíduos.

Disponível na nossa Biblioteca Escolar desde janeiro de 2023

16 fevereiro 2023

Sugestão de Leitura: Empreendedorismo e Planeamento Financeiro

 


Um livro de Carlos Duarte e José Paulo Esperança que nos apresenta propostas para transformar oportunidades em negócios. Criar micro, pequenas e médias empresas. Todos os conteúdos “são apresentadas de uma forma simples e pedagógica estabelecendo um equilíbrio adequado entre a prática das etapas a percorrer e o respetivo enquadramento dos conceitos teóricos que é necessário aprender para obter sucesso”. Esta obra destina-se a todos aqueles que têm uma ideia de negócio e a querem concretizar. 

Já disponível na nossa Biblioteca Escolar desde janeiro.


13 janeiro 2023

Os primeiros livros requisitados no âmbito da ação Escola a Ler

 

Já começaram a ser requisitados livros adquiridos pela EPDRAC no âmbito do projeto "Escola a Ler". 
Salvo algumas exceções, os nossos alunos não são muito dados a leitura recreativa. Há que os incentivar, mas a maioria das vezes as requisições recaem sobre livros que vão utilizar ou em trabalhos ou na elaboração da PAP. Foi o caso do João e do Bruno. Ainda bem que tínhamos estes "Livr’(s) à mão" para lhos poder facultar. Sob a orientação dos professores, terão tempo para ler, pensar e fazer um ótimo trabalho!

06 janeiro 2023

Sugestão de Leitura - O caçador de sonhos

 



A Biblioteca Escolar tem disponível para leitura a obra O caçador de sonhos. Um livro da autoria de Ricardo Vaz Monteiro, conhecido no futebol como Tarantini, que descreve todo o percurso realizado com muito esforço e sacrifício tendo em vista um sonho de criança, ser jogador de futebol profissional. Uma obra que realça a importância da crença, na autoestima e na resiliência no alcançar dos objetivos.

Esta é uma opção bem inspiradora para quem pretende participar no concurso "Ética no Desporto e na Vida"

Palavras&Cª. Abril de 2024