24 outubro 2022

A (falta) de Educação Sexual …

Por Laura Pinto

Artigo de opinião apresentado à iniciativa do Público - Isto também é comigo!



O tema da Educação Sexual tem sido alvo de várias abordagens, cujos resultados, deixam algo a desejar. A realidade é ambígua. Os jovens demonstram ter alguns tabus quando convidados a explorar o tema em contexto de sala de aula, mas fora desta adotam comportamentos com menos pudores. Esta atitude pode ser causada pelo receio da exposição perante os colegas, membros duma sociedade dependente do que se escreve e vive nas redes sociais, onde proliferam os boatos e as ofensas.
Na minha perspetiva o tema só é abordado em certas disciplinas por professores que, em alguns casos, não se sentem confortáveis. Por outro lado, não creio que todos os alunos encontrem respostas na sua família. Os dados disponíveis no Pordata, indicam que, em 2020, cerca de 55% da população portuguesa não tinha o nível secundário. O desconhecimento, a vergonha e o conservadorismo cristalizam a sexualidade como assunto proibido.
O exposto no artigo “Educação Sexual, até quando esquecida na gaveta?”, publicado no Publico de 09/10/2022 (p.22) atesta esta perceção. Apesar da primeira produção legislativa remontar a 1984, o programa que prevê a educação sexual desde o 1º ano não se encontra a ser bem aplicado. A Educação Sexual apenas está a ser verdadeiramente trabalhada em cerca de um terço das escolas portuguesas. Segundo a autora, Tânia Graça, os jovens mais esclarecidos iniciam a sua vida sexual mais tarde, o que não garante que saibam o suficiente. Existe um conjunto de conceitos que importa clarificar, nomeadamente o que é o amor e a educação sexual. Além disso urge enfrentar temas como a rejeição familiar pela sua orientação sexual ou a legitimação de todo o tipo de violência nas relações.
Conclui-se, então, que a Educação Sexual é um tema que merece a maior atenção de todos: alunos, pais e professores.


Artigo analisado disponível em:
“Educação Sexual, até quando esquecida na gaveta?”, de Tânia Graça, 09/10/2022 (p.22)

Palavras&Cª. Abril de 2024