Por Bárbara Cala - 12ºD
Artigo de opinião apresentado à iniciativa Público na Escola - Isto também é comigo!
A história atesta que espécie humana ganhou uma esperança média de vida devido aos avanços científicos. Para que tal seja uma realidade torna-se necessário proceder a um conjunto de atos experimentais, os quais dependem da existência de cobaias. Estes costumam ser realizados em animais antes de serem aplicados em seres humanos. A título de exemplo, um transplante de coração, como hoje conhecemos, foi precedido de um conjunto de atos experimentais em cães e porcos.
Um artigo de Tiago Ramalho dá-nos conta do último ato experimental em suínos, o qual pode trazer benefícios para a espécie humanos. Sob o título “Função eréctil restabelecida em pénis de porcos graças a tecido artificial” o autor dá-nos conta de uma experiência que a 6 animais recuperar a ereção depois do seu tecido na região peniana que deixou de funcionar ter sido substituído por um outro, sintético, denominado “álcool polivinílico”. Este poderá ser um dos primeiros passos para resolver os problemas da disfunção erétil nos humanos pois demonstrou que é possível a uma estrutura sintética replicar as propriedades biomecânicas de um tecido existente no pénis - a tuna albugínea.
A questão que se levanta remete-nos para a transposição dos testes realizados uma investigação aplicada em humanos. Sabendo-se da existência de algumas crenças religiosas que não aceitam intervenções no corpo, nem sequer uma simples transfusão de sangue, questionamos: Valerá a pena investir em mais neste avanço científico? Em bom rigor não estamos perante uma descoberta que tenha como objetivo salvar vidas... mas dando qualidade de vida, a qual pode permitir a recuperação reprodutiva, não é também uma forma de salvar vidas? Por outro lado será ético sujeitar os animais a um sofrimento tendo em vista a busca do prazer humano? Estas são questões a considerar por uma sociedade cada vez mais envelhecida, sensível e esclarecida para a questão dos direitos dos animais, como o demonstra a presença de determinadas forças políticas em parlamentos nacionais e a realização de manifestações como a que ocorreu em Lisboa no passado dia 21 de janeiro.
Artigo analisado
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